NA SALA ANEXA: 
TEAR  CÁSSIO RAABE
ABERTURA  20/5/2015, às 19:00  





Cassio Raabe, em sua exposição Tear, permanece fiel ao projeto de transformar-se constantemente em arte, distanciando-se de virtuais influências e desenvolvendo seu estudo com autonomia. De pequeno a grande porte, com cores vibrantes de forte contraste, as pinturas servem-se de formas geométricas em malhas estruturais – criadas por meio de fitas adesivas -, desacomodando o espectador pela ilusão de óptica e abertura simbólica de suas composições. Construídas apenas por ângulos retos e de 45°, em uma sobreposição de camadas, texturas, borrões e escorridos, o impacto das telas é intensificado pela interação de materiais como grafite, carvão, pastel oleoso e tinta acrílica. Traduzindo com peculiaridade e sem modismos as contingências de sua torrente interior de sentimentos, Raabe estrutura o caos em cosmicidade, tecendo malhas familiares às profundas águas de um inconsciente universal. 




NA SALA NEGRA: 
NAVES POÉTICAS  FÁBIO RHEINHEIMER
ABERTURA  20/5/2015, às 19:00  


O projeto Naves Poéticas surgiu em decorrência da crescente curiosidade (e necessidade) de Rheinheimer em pesquisar a interação entre artes visuais e design. Ele foi estruturado a partir da apropriação da metodologia de projeto do design de produtoaplicada na concepção e desenvolvimento do processo criativo. O resultado formal desta pesquisa, que relaciona arte e tecnologia, são as NAVES POÉTICAS, as quais se apresentam enquanto objeto tridimensional híbrido que, assim sendo, dialoga hamonicamente com ambas as áreas de atuação deste profissional: artes visuais e design.



NA SALA DO ARCO: 
VAI PRÁ CUBA  LIDIA FABRÍCIO E ROGÉRIO AMARAL RIBEIRO
ABERTURA  20/5/2015, às 19:00  




Texto de Lidia Fabricio e Rogério Amaral Ribeiro

Dois fotógrafos de trajetórias diversas, unidos por suas vivências em Cuba e pela vontade de perfurar as espessas camadas de preconceitos que envolvem a ilha e sua história, promovem nessa mostra o que consideram o maior patrimônio cubano: sua riqueza humana e cultural. Nesse momento de divisão política no Brasil, mandar alguém para Cuba assume um caráter pejorativo, ao qual os fotógrafos respondem de forma bem-humorada e provocativa, buscando uma transmutação da carga de preconceito embutido no grito de guerra dos segmentos mais conservadores da sociedade brasileira. Assumindo o "Vai pra Cuba!" como título da exposição, se apropriam de seu conteúdo de desprezo e intolerância, para transformá-lo em um ato de amor e homenagem ao povo cubano, exaltando sua força, sua aguda inteligência, sua admirável educação, gentileza e alegria, suas renúncias e suas escolhas. Focados em realidades encobertas por estereótipos profundamente enraizados, sugerem um exercício mais apurado para a compreensão de Cuba em toda sua complexidade, desde que partindo de uma atitude mais tolerante e respeitosa. 
VAI PRÁ CUBA!, acima de qualquer juízo político, é um convite a refletir sobre a quem, e com que filtros culturais, caberia julgar a experiência cubana e sua revolução, cuja força simbólica gravou no livro da História o mais caro ideal do século XX: a luta por uma humanidade mais justa, solidária e igualitária. Se a flor brotou e floresceu, ou se murchou, cabe aos cubanos responder. A quem não vive a realidade cubana, cabe apenas refletir sobre as mazelas da flor capitalista, vestir o manto da humildade e contrapor aqueles ideais às escolhas do ocidente e suas derrotas, refletir sobre o consumismo e a ditadura dos mercados que fazem do homem mercadoria. Ostentar um tênis produzido por mãos escravas para passear no shopping nos faz mais vencedores do que quem usa chinelos rotos e cresce tocando violino, dançando no Ballet Nacional de Cuba ou lendo os clássicos? Morar num casebre de compensado e zinco na periferia, acordar às cinco da manhã, viajar quilômetros para entrar às oito num call-center e voltar para casa exausto e faminto às dez da noite seria uma situação mais feliz que viver num casarão decadente de Havana, trabalhar pelo coletivo e ter tempo para conversas nas calçadas, rir com os vizinhos, brincar com as crianças na rua? Um sistema público de saúde sem luxos, porém avançado, amplo e para todos, seria pior que bater às portas de uma sofisticada medicina mercenária e morrer por não poder pagá-la? Quem perde a vida e a liberdade protegendo seu patrimônio contra a violência gerada na indiferença pela sorte alheia seria mais rico que aquele que não tem patrimônio a defender e vive sem medo na paz social? No que toca a Cuba, são questões que não nos cabe responder. Somente o cubano teria a palavra. Para ouví-lo, só indo para Cuba. Não indo, o convite é para despir-se de todos os pré-juízos (e prejuízos) e apenas olhar, admirar, conhecer, com respeito e com o olhar do acolhimento, essas faces e lugares que tão generosa e gentilmente se ofereceram às lentes dos fotógrafos, inspirando um ambiente de alegre simplicidade, de tempo a ser dividido com o outro, pleno de cores, de flores e da gentileza que transborda em cada sorriso cubano.  (texto de Lidia Fabricio e Rogério Amaral Ribeiro)




NA CIRCULAÇÃO: 
ARTE EM GOTAS  JOSÉ ADILSON ROSA
ABERTURA  20/5/2015, às 19:00  



Exposição fotográfica com imagens captadas por meio de equipamento digital, com a utilização de técnicas de fotografia de alta velocidade e de macrofotografia, em que a captura das imagens é feita a uma velocidade de 1/18.000s, mediante a utilização de flashes eletrônicos e equipamentos digitais de controle de disparo, o que permite congelar o momento da colisão de duas gotas. Neste intervalo de tempo tão pequeno as gotas adquirem formas que o olho humano não consegue captar, mas estas efêmeras esculturas são registradas e sua beleza nos é revelada pela técnica fotográfica.