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JULHO DE 2012
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MARSUPIAIS  EDUARDO UCHÔA 
sala anexa

Série inspirada pela primeira paternidade. Chamada Marsupiais pela existência, nas obras, de seres com outros seres dentro, como na gravidez. Naves híbridas humanas pilotadas por outros humanos ou animais. Reprodução, maternidade, tetas, leite, o universo dos bebês e brinquedos são elementos que predominam. Visão onírica e freudiana da surpreendente experiência de ser pai depois dos quarenta. 

Eduardo Uchôa





















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VARAL DAS ARTES  CHICO LISBOA 
sala negra


A mostra apresenta 37 trabalhos de artistas da Associação Riograndense de Artes Plásticas Chico Lisboa, com tema livre, nas técnicas de pintura, desenho, colagens, técnica mista, fotografias, imagens digitais e gravuras, nas medidas de 120 x 50 cm, que serão expostos em forma de varal. Participam da mostra os artistas: Aida Ferras, Angela Zaffari, Cacaio Praetzel, Cristina Lisboa, Darmeli, Eda Lani, Edi Daudt, Enilda Branco Rocha, Erminia Marasca Soccol, Esther Bianco, Fernanda Lanes, Graça Gomes, Heloisa Sonaglio, Iná Prolo, Inês Benetti, Irene Ludwig, Jacira Fagundes, Lecy Fischer, Lídia Fabrício, Loti Keffel, Luiza Fontoura, Marga Bressani, Maria Luiza Cangeri, Marlene Kozicz, Mildred Esteves de Macedo, Neida Oliveira, Rita Gil, Rodrigo Corrêa, Rogério Livi, Rudimar Neves Gomes, Sandra Lages, Silvia Helena Becker, Suzane Wonghon, Vera Presotto, Vera Regina dos Santos e Vinicius Vieira. 

Martha Diaz Pozueco
Depto. de Divulgação / Chico Lisboa


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SALAS DE (NÃO) ESTAR  LUCIANE BUCKSDRICKER 
áreas externas


Série de fotografias digitais de sofás encontrados em lugares públicos, de 2008 a 2012. Através das fotografias dos sofás abandonados, percebi que as disposições de objetos e situações, antes efêmeras e que passavam despercebidas pelos transeuntes, poderiam tornar-se perenes através da fotografia. Minha intenção é, então, estimular o espectador desatento e apressado a olhar para o invisível, para a memória suscitada nele pela imagem, provocando-o a debruçar-se sobre o banal e o corriqueiro. Um sofá delimita um local, mesmo que sem paredes. Ele deflagra a percepção de um lugar à sua volta. Convida-nos a olhar o que está à frente dele. Diferente de uma cerca, um sofá delimita o espaço ao acionar o olhar de uma pessoa. Quem colocou o sofá ali, criou de uma maneira única, uma sala de estar no mundo. Sendo assim, considerando que um sofá pressupõe a presença de um ser humano, concluí que onde há um sofá, há um convite para alguém estar. Desse modo, percebo que os locais públicos que momentaneamente abrigam um sofá abandonado se transformam em  salas de estar públicas, nas quais  as pessoas podem ou não simplesmente estar, caso o convite seja ou não aceito. Ao compartilhar meus registros com outras pessoas, percebi que, ao tomar contato com as fotos das salas de (não) estar, elas se mostram tocadas e instigadas a tornarem-se observadoras perspicazes do cotidiano que as rodeia, manifestando a vontade de fotografá-lo também. Recebi inúmeras fotos, feitas com os mais diversos tipos de instrumentos fotográficos, acompanhadas de depoimentos dos seus autores que diziam o quanto se sentiram satisfeitos ao conseguir observar um sofá  deslocado para o meio da rua. Parece que, em uma época em que o tempo é percebido como fugidio e acelerado, o fato de alguém conseguir parar e ver o invisível traz um sentimento de liberdade, de satisfação e de autoria. Como se o sujeito que vê o que ninguém enxerga lograsse comprovar que ainda é capaz de perceber o mundo. Dessa maneira, acredito que este projeto venha a colaborar de alguma maneira com a redescoberta das cidades, com a volta da experiência física do cidadão urbano, pois, como já foi dito antes, os sofás deslocados não encantam apenas a mim, mas, através das fotos e de meus comentários sobre eles, as salas de (não) estar convidam outros tantos passantes a olhá-los e a refletir sobre o banal, o cotidiano e também - porque não? -, a maravilhar-se com ele.